quarta-feira, 24 de junho de 2009

Jornalismo brasileiro cada vez mais imprensado! Até quando?


Jornalismo brasileiro cada vez mais imprensado! Até quando?

O Jornalismo brasileiro enfrentou dois golpes em menos de um ano contra o exercício de sua profissão. No ano de 2009, ao invés de atualizar a Lei de Imprensa, tornando-a mais democrática e responsável, com direitos e deveres justos, o Supremo Tribunal Federal (STF) preferiu acabar com ela. E o pior, até agora no Congresso Nacional, não há nenhum indício de discussão de um novo texto para normatização do exercício de nossa profissão. Se não bastasse isso, agora vem mais um golpe contra nossa categoria, acabando com a obrigatoriedade do diploma. Nobres leitores, todas estas decisões foram tomadas sem a menor consulta a categoria (jornalistas) que é composta por milhares de profissionais no Brasil. Isso é um absurdo e só restringe a atuação e a qualidade do Jornalismo brasileiro. Informação é algo tão importante quanto um marketing bem elaborado, a construção de um edifício, a operação de um doente e atuação de uma peça teatral, entre outros tantos trabalhos dignos.

Uma pergunta pertinente ao momento se faz necessária: até quando o Jornalismo brasileiro ficará cada vez mais imprensado? Posso afirmar, com certeza, a vocês leitores: nem na época da ditadura o Jornalismo brasileiro perdeu tantos direitos e deveres em tão pouco tempo. Ao contrário da ditadura, a censura dessa vez é camuflada e de forma descarada, aberta à sociedade com o errado pretexto da democracia. Que democracia é essa que não respeita o exercício profissional de um trabalhador que se preparou para exercê-lo?

Falta de (ou de mais) união na classe jornalística? Censura dos políticos que não querem diminuir o poder de fiscalização social dos jornalistas? Pressão dos donos dos diversos mídias para diminuir o custo de manutenção de seus veículos de comunicação? Inúmeras são as possíveis razões que podem ter culminado na atitude tão irresponsável e indiferente do STF. Com isso, agora está mais que na hora da classe jornalística se unir (ou se unir mais), estar mais consciente de seus direitos e deveres e lutar para que eles sejam respeitados. E isso já está ocorrendo de uma certa forma. Desde o dia 22 de junho, manifestações de estudantes e profissionais estão acontecendo em diversos estados brasileiros em protesto contra a violência da decisão do STF. Todos vão continuar com manifestações contrárias à decisão do STF.

Nos países democráticos e que levam a comunicação mais a sério, o Jornalismo está sendo valorizado e não desvalorizado, a ponto de existir até Conselho Federal de Jornalismo.

Nobres leitores, e que não são jornalistas ou estudantes de Jornalismo, vocês também precisam também estar ligados nessa situação grave que vai interferir na vida da sociedade brasileira como um todo, principalmente, a médio, longo prazos, porque o Jornalismo já está inserido no cotidiano brasileiro (e mundial). E um Jornalismo mal feito (em virtude de uma má qualificação de seus profissionais) pode trazer danos irreparáveis, como, por exemplo, a divulgação de fatos mal apurados e mal repassados, dando margem a possíveis informações incompletas, enganosas ou mentirosas; dando margem a mais injustiças sociais. Numa sociedade cada vez mais comunicativa, a qualificação de seu profissional de comunicação é mais que necessário. E Jornalismo de fato, só o bom profissional qualificado, preparado pode fazer. Afinal, será que todo mundo sabe o que é um lide, como se faz uma chamada para TV, como se prepara um trabalho de assessoria de comunicação,...?

Então, está na hora também dos cidadãos, não jornalistas, mobilizarem-se.

A hora da reafirmação do Jornalismo brasileiro, da democracia e da liberdade de expressão é agora! Lutamos muito para chegarmos até aqui! Não vamos deixar que fiquem tirando nossos direitos e deveres. Vamos lá, nobres leitores, jornalistas, estudantes de jornalismo, todos os trabalhadores, estudantes, cidadãos!

PASSEATA - Aqui, em Pernambuco, jornalistas, estudantes, professores de Jornalismo, sindicatos e entidades sociais vão estar juntos, no dia 26 de junho, sexta-feira, em passeata prelo Centro do Recife em direção ao Tribunal Regional Federal (TRF), para protestar contra a decisão do STF que extinguiu a obrigatoriedade da formação superior (diploma) em Jornalismo para o exercício profissional. A concentração começa as 15h, na Praça Oswaldo Cruz, na Boa Vista, diante da sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Pernambuco (SinjoPE), com saída às 16h em direção à sede do TRF, no Cais do Apolo. Antes disso, haverá uma parada diante da sede do TJPE, na Rua do Imperador, quando haverá um ato simbólico em defesa da categoria dos jornalistas.

Texto de Eduardo Maia, jornalista (DRT-PE: 3.444) em 24.06.2009 - não sou sindicalista, mas continuo cidadão e apoio e vou à mobilização.


Uma reflexão a Rubens Barrichello


Uma reflexão a Rubens Barrichello

A temporada de 2009 da Fórmula 1 está mostrando uma característica cada vez mais presente no piloto brasileiro, Rubens Barrichello, mais chamado de Rubinho: reclamações demais, o popular choro. Gosto do Rubinho e o considero um grande piloto (não só eu, como muitos jornalistas especializados mundo afora), mas ele está ficando chato. Rubinho chora muito! E já está na hora dele ser humilde e assumir os erros. A responsabilidade principal de seu resultado é dele mesmo. Até agora (24.06.2009) o momento mais polêmico (para não dizer espalhafatoso) de Barrichello no ano, aconteceu no GP de Sakhir, Bahrein, 4ª prova do mundial, no dia 26 de abril. Disputando posição com Nélson Ângelo Piquet (Nelsinho), ele simplesmente reclamou (durante a corrida e, depois, em entrevistas) do compatriota querendo que Piquet abrisse para ele passar. Um absurdo, afinal de contas ambos estavam disputando posição e Nelsinho não era retardatário. Estava em jogo o trabalho de cada um ali e cada um que lutasse por fazer o seu da melhor forma. O que Nelsinho fez foi defender o seu “ganha pão”. Se não mostrasse trabalho, provavelmente seria demitido nessa corrida. Ponto para Nelsinho! A melhor corrida que ele fez no ano, até o presente momento! Além da disputa de posição, Rubinho novamente pisou na bola defendendo a opção de suas paradas nos boxes (quem dá a palavra final de quantas paradas devem ser feitas durante um Grande Prêmio é sempre o piloto). Na ocasião o piloto brasileiro fez três paradas, mesmo estando mais rápido que os demais pilotos a sua frente, depois que ele fez a 2ª parada. Com certeza, em situação normal, não havendo atropelos, se Barrichello tivesse feito apenas duas paradas ele teria chegado ao pódio (entre os três primeiros colocados). Com três paradas, o piloto da Brawn GP terminou a corrida apenas na 5ª posição.
A história que eu acabei de contar a vocês é apenas um exemplo de como Rubinho está precisando se valorizar mais e não achar que a responsabilidade de seus resultados é do outro ou dos outros. Por favor, Rubinho, repito és um grande piloto! Mas precisas reconhecer seus erros e suas limitações. Todos nós temos! Quem mais vai ganhar com isso é você! Não precisa você conseguir ser campeão de Fórmula 1 para ser um vitorioso. Pela pessoa legal, pelo grande profissional e por tudo que você já conquistou, és um vencedor sem a menor dúvida!

Texto de Eduardo Maia, jornalista (DRT-PE: 3.444) – 27.04.2009 (atualizado em 24.06.2009)